O Comitê de Planejamento Energético do Rio Grande do Sul (Copergs), presidido pelo engenheiro elétrico Roberto Sartori (concessionária RGE), realizou a sua última reunião de 2015 na tarde desta segunda-feira (14), em Porto Alegre.

O secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker, voltou a destacar a importância do Copergs dizendo que houve uma evolução no andamento de diversas demandas com a criação do órgão e desde a última reunião com o Operador Nacional do Sistema, no fim do primeiro semestre. Redecker, no entanto, manifestou preocupação com o impacto que a ausência de obras de transmissão poderá acarretar especialmente para o Vale do Taquari. Redecker informou que a Aneel anulou a participação da MGF Energy na construção da linha de transmissão entre Garibaldi e Lajeado, e que deverá iniciar todo o processo novamente. “A preocupação não é só do Vale do Taquari, mas também da AES Sul. Em apenas um município, a falta de luz ocasionou a morte de pelo menos 500 mil cabeças de frango no verão de 2014”, lembrou. O secretário ainda solicitou que o assunto fosse registrado em ata e posteriormente remetido ao Ministério de Minas e Energia, manifestando a preocupação do Estado em relação ao assunto.

Com relação ao verão que está prestes a iniciar, o gerente executivo do Operador Nacional do Sistema (ONS), Manoel Botelho, afirmou que não vê maiores problemas no abastecimento para o Rio Grande do Sul. Dois fatores contribuem neste sentido: a retração econômica e o início das atividades de uma série de empreendimentos concluídos pela CEEE, que vão reforçar o abastecimento deste verão. Na previsão dele, não será necessário acionar no próximo quadrimestre as termelétricas Sepé Tiarajú (Canoas) e da AES Sul (Uruguaiana), que produzem uma energia mais cara. Da mesma forma, Botelho acredita que a interligação energética que está ocorrendo entre o Brasil e o Uruguai não vai onerar as geradoras de energia do RS.

Já Torvaldo Marzola Filho, representante da Fiergs, falou em nome do Subcomitê de Assuntos Ambientais. Ele informou que em 2015 foram protocolados junto a Fepam 38 processos com pedidos de licenças ambientais, enquanto a RGE tem oito projetos prioritários aguardando e a AES Sul tem três. Conforme ele, 2015 foi um ano perdido para a economia. “Se hoje a economia não está a pleno vapor, outro dia vamos precisar de toda a energia que o RS poderá produzir”, afirmou.

Em nome do Subcomitê de Distribuição de Energia Elétrica, falou o diretor técnico da AES Sul, Sérgio Machado. Conforme ele, a tendência mundial é cada vez maior de geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis. A evolução demográfica e o crescimento da atividade econômica têm resultado em constante aumento do consumo de energia elétrica, sendo que o desafio é o de criar alternativas que respondam à necessidade de expansão e diversificação do parque gerador elétrico do país. “Uma das alternativas é a produção de energia elétrica a partir de pequenas centrais geradoras conectadas à rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidores. Isso está mais próximo de se concretizar, mas precisa ser uma microgeração continuada para vale a pena o investimento”, sugeriu Figueiredo.