A Comissão de Assuntos Municipais realizou audiência pública na noite de segunda-feira (11), no município de Marques de Souza, atendendo pedido do deputado estadual Lucas Redecker. O encontro teve por objetivo ouvir a comunidade e levantar alternativas para a praça de pedágio instalada na BR 386, dentro do perímetro do município e que cobra tarifa dupla. 

O proponente, deputado Lucas Redecker, disse que o debate em Marques de Souza chega em um momento importante, quando o Estado debate o futuro dos pedágios, uma vez que, em 2013, encerram-se os atuais contratos com as concessionárias. Ele informou aos presentes que a audiência pública ocorria poucas horas antes de os deputados estaduais votarem o projeto de lei que cria a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e afirmou que é contra a proposta, assim como os deputados do PSDB. O importante, disse o parlamentar, é que o novo modelo – seja ele qual for – corrija as injustiças, como ocorre em Marques de Souza. “Que esse novo modelo seja justo e que o cidadão possa pagar”, afirmou. Redecker disse ainda que todas as sugestões e apontamentos feitos no encontro serão transformados em ata e remetidos ao governo do Estado. 

O presidente da Câmara de Vereadores de Marques de Souza, Lairton Heineck, que solicitou a Redecker a realização da audiência pública, disse que outros debates e encontros serão necessários para avaliar o novo modelo que será proposto pelo governo, para que as lideranças tenham condições de apontar sugestões à proposta antes dela entrar em vigor. “Vamos esperar que governo nos dê a sua posição sobre o novo modelo de pedágio, mas vamos fazer esta análise antes que o contrato esteja assinado”, afirmou. 

O vice-prefeito de Marques de Souza, Rubem Heineck, disse que está cansado de ouvir reclamações da população sem ter uma alternativa para oferecer. “A pessoa que quer ir ao açougue, paga pedágio. Quer ir ao supermercado, paga pedágio. Quer ir à festa da comunidade, paga pedágio. A comunidade não está mais aguentando isso. Tenho certeza que o governo vai ser sensível a isso”, disse ele. 

Para o representante da Agergs, conselheiro Edmundo Fernandes da Silva, o atual modelo de pedágio não é bom para os gaúchos. “O modelo não é bom, porque não dá de volta à sociedade as obras que deveriam”, afirmou. 

Já o superintendente da 11ª região do Daer, que atende 46 municípios, incluindo o Vale do Taquari, Ildo Mourão, afirmou que o órgão tem uma estrutura enxuta e reduzida, que obriga os servidores, como no caso dele, a acumular funções. Explicou que a concessionária, ao invés de construir duas praças de pedágio, optou por construir apenas uma, instalando-a num único lugar. Só houve um beneficiado com essa medida, afirmou ele. Ele argumentou que pedir a isenção da tarifa apenas para a população local é muito difícil, uma vez que isso abre margem para um descontrole no emplacamento de veículos no município. 

Saiba mais 

A praça de pedágio de Marques de Souza tem hoje a tarifa de pedágio mais cara do país, custando R$ 13,40 para os veículos de passeio. A região do Vale do Taquari é cercada por quatro praças de pedágio: Marques de Souza, Fazenda Vilanova, Cruzeiro do Sul e Encantado. Juntas arrecadam mais de R$ 100 milhões de reais por ano para a concessionária responsável pelas cobranças, valor esse não revertido em obras.