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O Rio Grande do Sul necessita de R$ 1,6 bilhão para levar luz trifásica para atender todas as propriedades rurais do interior gaúcho. O anúncio foi feito pelo secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker, que nesta segunda-feira representou o governador José Ivo Sartori no seminário “Energia: A qualidade que o Brasil precisa”, realizado na Assembleia Legislativa. Um levantamento da secretaria mostra que existem 161 mil quilômetros de rede de energia elétrica no Estado. Deste total, apenas 59 mil quilômetros são trifásicas.

No entanto, Redecker disse aos produtores rurais que em razão da situação econômica que o Estado vive hoje, o Executivo gaúcho não tem condições de arcar sozinho com o valor. “Estamos elaborando um projeto que será integrado com a secretaria da Agricultura e Pecuária para buscar um financiamento externo para obtenção dos recursos”, explicou. Segundo ele, o governo estadual pode entrar com 20% a 30% dos recursos para desenvolver o projeto de luz trifásica para as propriedades rurais.

Renovação das redes

Idealizador do evento, o deputado Adolfo Brito fez um relatório de diversas ações já empreendidas para buscar melhorar a qualidade da energia no meio rural, onde 60% das propriedades são monofásicas e a rede, com mais de 30 anos de funcionamento, tem precariedades na qualidade da distribuição, quedas de fase, postes deteriorados, frequentes interrupções de energia e danos materiais constantes em eletrodomésticos e equipamentos como ordenhadeiras, no caso dos produtores de leite, e estufas, no caso dos produtores de fumo.

Depois de apresentar depoimentos de diversos produtores rurais que relataram os problemas que enfrentam pelas limitações do serviço que recebem, Brito sugeriu reforço do programa do governo federal Luz para Todos, que, desde 2003, atende o meio rural, com a substituição das redes monofásicas pelas bifásicas ou trifásicas. Por meio do programa Energia, Qualidade que o Brasil precisa, para renovar e melhorar a situação atual, o deputado propõe investimentos com a utilização de 50% de recursos da União através do fundo energético, 30% das empresas distribuidoras de energia, 5% do Estado e a participação de 15% dos produtores.