A cada duas horas, um preso foge das cadeias gaúchas. A mesma situação é verificada em Novo Hamburgo, onde há um descontrole nas fugas no presídio local. Somente nos últimos 30 dias ocorreram pelo menos duas fugas por dia do presídio. O deputado estadual Lucas Redecker já havia denunciado na tribuna da Assembleia Legislativa o descontrole na cadeia de Novo Hamburgo, em junho deste ano, e voltou a se manifestar sobre o tema na sessão plenária de terça-feira (03).

Redecker relatou que pediu à base do governo, na época, para que tomasse providências e levasse até a Secretaria de Segurança Pública essa preocupação da comunidade de Novo Hamburgo, sem que nada acontecesse. “As estatísticas demonstram geralmente que, em diversos países, o entorno do presídio é um local muito seguro, pois é um local onde há um policiamento maior e muita dificuldade de os detentos fugirem. Porém, no Rio Grande do Sul acontece o contrário”, afirmou.

O parlamentar mostrou as novas denúncias feitas pela imprensa, que mostram detentos pulando o muro e saindo para fazer compras. “Houve até a imagem de um detento pulando o muro e falando ao celular. Ele saiu do presídio caminhando com um telefone celular. Outra imagem mostra um detento pulando o muro onde havia um carro com duas mulheres aguardando por ele. Ele entrou no carro, saiu e algumas horas depois retornou e pulou o muro de volta. Essa é a situação do presídio de Novo Hamburgo”, reclamou Redecker.

O parlamentar voltou a afirmar que, infelizmente, o governo tem gastado mais em publicidade do que em segurança pública e lamentou que nenhuma providência tenha sido tomada desde que as denúncias vieram à tona. “De 26 de junho até 28 de novembro, meus amigos e colegas deputados, nada, absolutamente nada, nenhuma providência foi tomada pelo governo do Estado. Desde aquele dia até hoje, continua a farra do presídio de Novo Hamburgo, em um bairro residencial, onde as crianças vão e voltam das escolas, onde as famílias pagam o seu imposto em dia e estão em suas casas esperando ter a segurança do Estado. Mas, de fato, não têm retorno algum, muito pelo contrário: estão à mercê de pessoas que deveriam estar cumprindo pena e que estão livremente convivendo com a sociedade”, concluiu.