O líder da Bancada do PSDB na Assembleia Legislativa, deputado Lucas Redecker, manifestou-se no início da tarde desta sexta-feira (17) sobre a divulgação das conclusões do Ministério Público estadual em relação ao relatório da sindicância do Daer, acabando assim também com o mistério em torno dos nomes dos 14 suspeitos.

De acordo com Redecker, o Ministério Público agiu corretamente na divulgação da lista, dando assim a transparência necessária à sindicância, que não estava sob segredo de justiça. Redecker, a exemplo do Ministério Público, também entende que as investigações precisam ser aprofundadas. “Agora, com o relatório em mãos, teremos condições de analisá-lo mais detalhadamente e dizer quais os aspectos da investigação que precisam ser melhorados”, disse ele.

Redecker teve acesso ao relatório na semana passada, quando adiantou que a investigação era superficial, que o relatório não trazia nada de novo e que grande parte dos nomes arrolados pela Comissão Processante eram técnicos. Redecker não divulgou a lista porque assinou documento comprometendo-se em manter os nomes em sigilo, ainda que defendesse a divulgação.

Logo após o feriadão, a Bancada do PSDB vai solicitar cópia integral do relatório e analisar os dados.

Saiba mais 

Inicialmente foi instalada, em abril de 2011, uma Força-Tarefa, com a participação do Ministério Público e diversos outros órgãos, para investigar possíveis irregularidades no Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Após 90 dias, foram apresentadas as conclusões do trabalho, que produziu 97 volumes e examinou 24 mil páginas de documentos. Na oportunidade, também foi anunciada a criação de uma Comissão Processante (integrada por Procuradoria-Geral do Estado, Contadoria e Auditoria-Geral do Estado, Secretaria de Infraestrutura e Logística e Polícia Civil) para apurar desvios e irregularidades nos processos e ramos de atividade nos quais o Daer atua.

No último dia 2 de fevereiro, o Ministério Público recebeu os resultados da Comissão Processante. Imediatamente, o material foi encaminhado à Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, onde foram analisados e resultaram nas medidas anunciadas pelo MP nesta sexta-feira.

Na Assembleia Legislativa do RS, os resultados foram entregues pelo secretário Beto Albuquerque no dia 08 de fevereiro. Os deputados somente puderam ter acesso ao relatório depois de assinar documento comprometendo-se a não divulgar os nomes dos suspeitos que constavam no relatório.