* Lucas Redecker

O que faz com que um Estado seja mais competitivo que o outro? Depois da guerra fiscal, eu diria que é a infraestrutura que o diferencia perante os demais. Mas é também a atitude de seus líderes frente aos desafios que o faz atrair mais ou menos investimentos.

Por exemplo: vejo no noticiário que o Estado de São Paulo realiza estudo para implantação de uma fábrica de medicamentos, a ser construída através de Parceria Público-Privada (PPP) e prepara outro edital para construção de 40 mil casas populares. Se fosse no Rio Grande do Sul, os dois editais teriam sido suspensos.

Precisamos desmistificar as PPPs com urgência, a começar pela sua definição que, como o próprio nome diz, é uma parceria entre o público e o privado. De nenhuma maneira ela é sinônimo de privatização, porque o controle das empresas continua na mão do Estado. Isso certamente será tema dos debates na Frente Parlamentar cujas atividades estão iniciando na Assembleia Legislativa.

Há hoje no país sete estados que estão com PPPs em andamento em áreas prioritárias para a sociedade, como saúde, educação, saneamento e infraestrutura. E também países desenvolvidos tem lançado mão desta modalidade frente às dificuldades do setor público de abarcar grandes volumes de recursos, principalmente em áreas como infraestrutura.

Nesse quesito, em especial, colecionamos indicadores negativos. Ao não fazer os investimentos necessários perdemos, a cada década, dez Rodovias do Parque – o equivalente a R$ 7,5 bilhões – gastos em pelo menos uma hora diária de engarrafamento na BR 116, a rodovia mais congestionada do Estado há anos, sem contar a situação da ponte sobre o Guaíba.

Diante dessa e outras situações que nos preocupam, eu me pergunto: o que estamos esperando?

* Deputado estadual / PSDB