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A décima quarta reunião do Plano Energético do RS foi realizada nesta quinta-feira, 2, em Santa Cruz do Sul. No encontro, o secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker explicou que o objetivo do plano é planejar o setor em concordância junto ao governo, concessionárias, prefeituras e comunidade. “As demandas que chegam através destas reuniões, como por exemplo, energia trifásica, PCHs, licenciamento ambiental, carvão, energia eólica, serão um importante material de subsídio na elaboração do plano”, explicou Redecker. O secretário disse ainda que a SME está mapeando o RS, ouvindo as regiões e apontando as necessidades quanto ao abastecimento de energia. “O Vale do Rio Pardo tem forte produção agrícola e pode explorar o potencial de biomassa. A geração de energia a partir do lixo, em Minas do Leão, já é uma realidade. É preciso utilizar as vocações de cada cidade para a geração de energia”.

O prefeito de Sinimbu, Clairton Wegmann, disse que enfrenta dificuldade para levar energia trifásica ao campo. “Não há energia de qualidade. Temos muitos agricultores ligados a bacia leiteira que precisam de atenção”. Além disso, destacou o entrave no licenciamento das oito PCHs do Rio Pardo, onde apenas seis entregaram a documentação. “Temos a expectativa, com a recriação da secretaria de Minas e Energia que os projeto avancem junto à Fepam”. Redecker explicou que a SME realiza reuniões todas as quartas-feiras para tratar daqueles investimentos que são prioridade de Estado na geração de energia. “As oito PCHs estão entre as prioridades do Estado. Assim que a documentação das duas que faltam for entregue, o termo de referência poderá ser emitido”.

De acordo com o representante do Corede, Vilmar de Oliveira, energia para o campo é a maior necessidade da região. “No setor agroindustrial, há muitos equipamentos parados por falta de energia. Algumas escolas não conseguem nem trabalhar com laboratórios de informática, porque não temos energia suficiente para funcionar com 10 computadores”, disse.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Ciência e Tecnologia de Santa Cruz, César Cechinatto, os investimentos recentemente realizados permitiram que Santa Cruz mantivesse um empresa do setor náutico que estava de malas prontas para deixar o Estado. “Aumentar a capacidade de geração de energia é um assunto de complexidade, principalmente energia trifásica no interior”, explicou.

Para o presidente da CRM, Edivilson Brum, o Estado investe pouco na exploração do carvão mineral. “Há preconceito em relação ao carvão, que no passado poluía. Porém, temos tecnologias avançadas e com poluição muito menor. Estamos sentados em cima do xisto betuminoso, que precisa ser explorado”.

A presidente da Cooperativa dos Catadores de Santa Cruz do Sul, Elisa Cristina Stocker, disse que o conceito de sustentabilidade está deturpado. “Precisamos incentivar formas alternativas de energia e que deem independência às comunidades. É absurdo que elas estejam ligadas a uma rede de energia, quando poderiam gerar a sua própria energia”.

O ex-prefeito de Santa Cruz, José Alberto Wenzel, salientou que precisa haver um diálogo maior do governo com a sociedade sobre a questão ambiental. “A Sema precisa falar mais com a sociedade. A sala do investidor junto a Sema vai facilitar o acesso a informações sobre o trâmite do pedido das licenças ambientais. Este é um avanço significativo”.