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Uma comitiva gaúcha integrada por autoridades de diferentes partidos políticos foi à sede da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta quinta (20), em Brasília, reivindicar o não fechamento da Usina Termoelétrica de Charqueadas.

A usina poderá encerrar as atividades no final desse ano, em função das determinações previstas na portaria 500/2012 da Aneel. A delegação do Rio Grande do Sul foi integrada por prefeitos, vereadores, deputados federais, pelo secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker (PSDB), e pelo coordenador da Frente Parlamentar do Carvão Mineral, deputado Valdeci Oliveira (PT). O grupo ainda contou com o reforço do presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM), Luiz Fernando Zancan.

De forma unificada, as autoridades fortaleceram o pedido por alterações na portaria 500 ao diretor geral da ANEEL, Romeu Rufino. “São 2,4 mil empregos diretos e uma receita mensal de quase 5 milhões que estão em jogo. A perda da Usina será catastrófica a Região Carbonífera, mas também para o Estado, em função da redução na produção de energia”, alertou Valdeci.

Valdeci acredita que o apelo coletivo trará resultados. “Todas as forças políticas do Estado estavam representadas na reunião. Os dirigentes da ANEEL demonstraram sensibilidade às cobranças feitas e vão discutir a solicitação com o Ministério de Minas e Energia. O ambiente é positivo para a busca de uma alternativa concreta. A Frente do Carvão acompanhará passo a passo o retorno e os encaminhamentos que serão dados pela ANEEL nas próximas semanas”, afirmou.

O secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker, propôs a prorrogação da Resolução nº 500, dando assim condições para que a região e a empresa encontrem uma solução para o impasse. “Charqueadas ainda tenta se recuperar do baque do fechamento da Iesa. Essa usina é muito importante para o município neste momento, e precisamos encontrar uma alternativa de longo prazo para solucionar definitivamente o problema”, afirmou. O secretário também enfatizou que o Estado e o país não estão em condições de abrir mão da energia gerada pelo empreendimento. “Precisamos não apenas dos empregos e da renda que a usina geram, mas também da energia, que atende hoje cerca de 140 mil consumidores”, explicou.

Saiba mais sobre a usina

A usina pode ter que encerrar as atividades devido à Resolução Normativa nº 500, de 17 de julho de 2012, da Aneel. A medida estabeleceu critérios de eficiência para algumas usinas de energia, que terão que se adequar até o final do ano ou parar a operação. A resolução aplica-se para todas as usinas beneficiárias da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), inclusive para a térmica de Charqueadas.

Segundo informações da Tractebel, a termelétrica tem uma capacidade instalada de 72 MW (cerca de 2% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul) e gera 2.400 empregos. No entanto, vem produzindo uma geração média de 40 MW médios a 45 MW médios, sendo lucrativa somente em alguns períodos de despacho, devido ao seu alto custo de operação. A usina de Charqueadas é uma das termelétricas mais antigas do País e começou a operar em 5 de janeiro de 1962.