A prefeitura de São Paulo está concluindo os preparativos para a inauguração do memorial em homenagem às 199 vítimas do voo da TAM, ocorrido no dia 17 de julho de 2007. A inauguração está prevista para 17 de julho, com um ato ecumênico e uma missa campal, celebrada pelo bispo de Santo Amaro, data quando a tragédia com o voo JJ-3054 completará cinco anos.

A praça em homenagem às vítimas foi construída exatamente onde ocorreu o acidente e ocupa toda uma quadra, com oito mil metros quadrados. Fica entre a avenida Washington Luís e as ruas Otávio Tarquínio de Souza, Baronesa de Bela Vista e Barão do Suruí. 

No piso foram colocados 199 pontos de luz em memória às vitimas do acidente, que também terão seus nomes pintados em um arco de concreto. O vice-presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo TAM 3054, Arquelau Xavier, explica que a praça será para visitação e meditação. Xavier revelou que torce para que o local seja bem policiado e que possa ser utilizado, principalmente, pelas crianças. 

Uma amoreira, que estava no meio dos escombros, foi mantida e será a única árvore da praça, para simbolizar a sobrevivência e esperança dos familiares. O muro em formato de arco, que separa a praça da Avenida Washington Luís, dá a sensação aos pedestres de que estão em um mirante. 

Familiares pedem medidas na Justiça 

Para os familiares das vítimas do voo 3054 do Airbus da TAM, que em 2007 não conseguiu pousar e colidiu contra o galpão da empresa no entorno de Congonhas, a construção do Memorial 17 de Julho é bem-vinda. Para o vice-presidente da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo TAM JJ 3054 (Afavitam), Arquelau Xavier, o local servirá como um marco à vida, de um acidente que, segundo ele, poderia ter sido evitado. 

“Serve para a reflexão do setor aéreo, dos funcionários e dos passageiros. Se a segurança estivesse em primeiro lugar, e não o lucro, essas pessoas ainda estariam vivas e com suas famílias”, disse Xavier, que perdeu a filha Paula, que completava 24 anos no dia de sua morte. 

Apesar de satisfeitas com o memorial, as famílias pedem também medidas na Justiça em relação ao acidente aéreo. Segundo Xavier, a denúncia contra dois diretores da TAM e uma diretora da reguladora Agência Nacional de Transportes Aéreos (Anac) foi aceita pela Justiça no ano passado e precisa ter prosseguimento. “A maior memória seria punições e prisões dos culpados pelo que aconteceu. Isso não pode parar até que tudo se torne justo, já que a impunidade favorece a transgressão. A Justiça seria a maior memória”, disse.