A revoada de fábricas de calçados no ano passado fez o governo gaúcho anunciar que estudaria soluções para o setor no Estado. O fechamento da Doublexx na segunda-feira passada, e a consequente demissão de 719 trabalhadores, mostrou que pouco foi feito até agora.

Na abertura da Couromoda, em São Paulo, há um ano, o governador Tarso Genro anunciou a criação, dentro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, de uma câmara temática para discutir soluções para o setor calçadista. Logo após o encerramento da produção da Azaleia, em maio, ficou definido que as reuniões se intensificariam e propostas seriam apresentadas.

– Repassamos várias sugestões que podem auxiliar o setor. A informação que temos é que o assunto ainda está sendo discutido nas secretarias – afirma o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein.

A Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento informa que vem acompanhando a situação do setor desde o início do ano passado, e que trabalha em uma nova política industrial para 22 setores da economia gaúcha, entre as quais, o calçadista, que devem ser apresentadas no final de março.

– O que importa nesse caso é que sejam tomadas resoluções que interfiram diretamente no custo da produção. A desoneração fiscal é o caminho, mas não é só isso – avalia Klein.

Setor se desloca à procura de vantagens

Para o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor Müller, um dos problemas é a característica nômade do setor calçadista. A Vulcabras/Azaleia, por exemplo, se prepara para levar parte da produção para a Índia.

– Tudo depende dos custos da produção. A questão é que este é um setor importante para o Estado, e o impacto da saída dessas indústrias é pesado – diz Müller.

fonte: Zero Hora