Todos entendemos, é praticamente unanimidade, que a política DEVE ser diferente. A matéria veiculada na edição desta quinta-feira (12), de Zero Hora, intitulada “Escola de Lajeado inscreve mais de cem estudantes no Jovem Cidadão”, é o retrato fiel de que a política PODE ser diferente.

Essa transição entre dever e poder, contudo, passa pela inserção dos jovens na política, através da educação.

O exemplo do Colégio Evangélico Alberto Torres (CEAT), de Lajeado, precisa ser disseminado pelo Brasil afora. O papel da educação é fundamental para politizar os jovens, especialmente no aprendizado da estrutura e dos mecanismos utilizados pelos poderes executivo, legislativo e judiciário.

Cabe ressaltar, igualmente, outro aspecto relevante do trabalho e que diz respeito à consciência cívica dos alunos. Embora a lei não obrigue, muitos estudantes entre 16 e 18 anos confeccionaram seus títulos de eleitor, habilitando-se para o primeiro voto.

Esse comprometimento de transformar teoria em prática é o “detalhe” que faz a grande diferença.

Sempre enfatizo que, na política, teoria e prática precisam andar juntas. O político precisa falar e fazer.

Parabenizo a instituição, sua direção, especialmente o professor Gustavo Arossi, coordenador deste significativo projeto, bem como todos os alunos e alunas do Colégio Evangélico Alberto Torres pela importante contribuição que trazem para o fortalecimento do sistema democrático brasileiro.

Lucas Redecker

 

Escola de Lajeado inscreve mais de cem estudantes no Jovem Cidadão

lajeado_CEAT_byCacoKonzen

Transformar cidadania, eleição e democracia em papo de jovem não é uma tarefa fácil. Para modificar essa realidade, o Colégio Evangélico Alberto Torres (Ceat), em Lajeado, no Vale do Taquari, criou um projeto que tenta despertar os estudantes para a importância de discutir sobre política. Hoje, os alunos já provam que aprender é o primeiro passo para gostar do assunto.

– Acredito que os alunos precisam de alguém que desperte neles esse interesse pelo assunto. Eles necessitam de espaço para mostrar suas ideias, assim eles se sentem entusiasmados a participar – afirma o professor Gustavo Arossi, que coordena o projeto nas aulas de filosofia e sociologia.

Criatividade e muitas propostas não faltam aos alunos. A instituição já inscreveu mais de cem estudantes no concurso Jovem Cidadão, promovido por Zero Hora. A iniciativa pretende mostrar o que os jovens desejam que os políticos façam se assumirem seus cargos. O concurso propõe que os alunos respondam a pergunta: “Que projeto para os jovens os políticos poderiam criar e por quê?”

O interesse dos alunos em participar é resultado do projeto que se iniciou em maio com as turmas de Ensino Médio. Na escola, os estudantes passaram a ter palestras, assistir a filmes e a aprender sobre a história da política brasileira. Hoje, durante as aulas, eles discutem com propriedade.

– Muitas vezes, nós somos esquecidos por parte dos políticos. Acredito que com projetos de interesse dos jovens eles possam se interessar pela discussão – afirma a aluna Luiza Hartmann, 17 anos.

Para que os jovens não ficassem apenas na teoria, a escola ainda incentivou os estudantes a confeccionarem seus títulos de eleitor. Foi assim que Giulia Muccilo, 17 anos, decidiu que irá votar neste ano.

– O jovem só se interessa por aquilo que ele entende. Acredito que aprender sobre política é essencial. Essa motivação tem de partir da escola e dos pais para que a gente cresça sabendo o que faz um político e quais são seus deveres – defende a adolescente.

Fonte: Zero Hora, 12/08/2010 (texto de Leticia Mendes, foto de Caco Konzen)