O SR. LUCAS REDECKER (PSDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Na verdade, vim para falar sobre outro assunto, mas, antes, gostaria de pegar o gancho do deputado Raul Pont, que veio aqui defender os mensaleiros no plenário.

Ontem, debatemos esse assunto no Conversas Cruzadas. Gostaria de deixar bem claro, frisar e lembrar que hoje a crítica dos petistas recai sobre o Supremo Tribunal Federal, porém, mais da metade dos ministros que lá está foi indicada pelos governos do próprio PT, tanto pelo Lula, quanto pela Dilma Rousseff. Tenho certeza de que, se arrependimento matasse, o ex-presidente Lula estaria morto, pois foi ele que indicou Joaquim Barbosa.

Deputado Edson Brum, o problema é que, como não fizeram como eles queriam, agora têm que colocar a boca no trombone e dizer que tudo está errado e desqualificar o que está sendo feito.

Digo mais, a população brasileira está-se sentindo bem diferente de algum tempo atrás, com senso de justiça e mudança em relação à impunidade, porque, como muitas vezes se disse neste País, político, banqueiro e grande empresário não vão para a cadeia. Porém, o mensalão está mostrando que sim, políticos vão para a cadeia. E lá estão sendo julgados pelo Supremo Tribunal Federal, por ministros indicados pela ampla maioria dos governos petistas.

Sr. Presidente, vim para falar sobre outro assunto:

Lá, na minha cidade, em Novo Hamburgo, esses dias, estava folheando o Jornal NH e fazendo uma análise da questão da segurança.

Já sabemos que o investimento em segurança no orçamento é pequeno no Estado do Rio Grande do Sul. Há alguns anos, no governo Tarso, já se gasta mais em publicidade do que em segurança pública.

Em Novo Hamburgo, um comerciante do Bairro Canudos, maior bairro de Novo Hamburgo, com 63 mil habitantes, foi, em uma semana, assaltado duas vezes pelo mesmo ladrão, com as mesmas roupas e com as mesmas características. Nesses dois assaltos, ele levou 26 mil reais do pequeno comerciante, que tem um posto avançado do Banrisul, que recolhe contas.

A população desse bairro, que é populoso e que tem a tendência a ter problemas de segurança, foi procurar o prefeito, que disse que iriam iluminar a área. Só que os assaltos aconteceram durante o dia e não durante a noite. Os assaltantes não têm medo de assaltar de dia ou de noite devido à falta de segurança no Município.

Estive mais de uma vez com o secretário de Segurança, pedindo que tivéssemos a implementação de policiais, de verbas e, acima de tudo, de viaturas na cidade de Novo Hamburgo. Estamos aguardando uma viatura para o Bairro Lomba Grande, que é o bairro rural daquele Município, mas até hoje não obtivemos esse respaldo.

Na nossa cidade, temos essa condição de insegurança. A câmera filmou o rosto do indivíduo, que até hoje não foi preso. Pasmem! O homem assaltou, em uma semana, o mesmo lugar, com a mesma roupa! Parou e largou a moto na frente do estabelecimento, muito tranquilo, e assaltou o comerciante de novo. Não há polícia, e nada é feito. A solução encontrada é iluminar a área para que, à noite, não haja assaltos, mas esquecem que, à noite, o comércio está fechado. Ele funciona durante o dia. Precisamos de policiamento, de investimento em segurança pública. Isso é o que está faltando não só em Novo Hamburgo, mas em todo o Estado do Rio Grande do Sul.

Os pequenos Municípios são alvos da insegurança. Os produtores rurais, quanto mais distantes estão dos centros urbanos, mais desprotegidos ficam. O lugar em que demora a chegar uma viatura policial, numa ocorrência, é onde, muitas vezes, chega o bandido, calça a família com a arma e leva tudo o que ela tem, deixando as pessoas amarradas e presas dentro da própria casa.

Por isso, meus colegas deputados, deixo aqui o pedido de que o governo tenha sensibilidade e faça amplo investimento na segurança pública. Temos um déficit de investimento nessa área. Nas grandes e nas pequenas cidades por onde andamos representando este Parlamento, temos ouvido o mesmo pedido: a população quer se sentir mais segura, quer poder andar, no dia a dia, com mais segurança.

Quero dizer aos deputados desta Casa que é importante o momento que estamos vivendo na política brasileira, de ter o julgamento do mensalão, de ter a prisão dos réus, o que há muito estava esquecido. O povo brasileiro esperava que isso acontecesse. As ruas falaram isso por ocasião das manifestações.

Na minha visão, isso começa a moralizar e mudar a política. Antes de fazerem coisas erradas, os políticos e as pessoas em geral vão começar a pensar que a Justiça pune, sim, que a Justiça prende, que coloca os que agem de forma errada no seu devido lugar.

Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)