O SR. LUCAS REDECKER (PSDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Quero dar continuidade ao assunto que me trouxe à tribuna no início da sessão.

Minha manifestação é posterior à manifestação do deputado Giovani Feltes, à do deputado João Fischer, que falou das exportações, e à do nobre deputado Raul Pont, que recém ocupou esta tribuna.

No começo da sessão, parabenizei o governo do Estado, especialmente o secretário Mauro Knijnik.

Uma das preocupações que temos, deputado Raul Pont, também manifestada pelo secretário em sua entrevista, refere-se justamente ao Mercosul.

Hoje o superávit da balança comercial Rio Grande do Sul-Argentina é propositivo e positivo para a Argentina e negativo para o Rio Grande do Sul. O Brasil vende mais para a Argentina do que compra, e o nosso Estado compra mais do que vende.

Posso citar um exemplo muito claro, do setor coureiro-calçadista. Até poucos meses atrás, mais de 4 milhões de pares estavam trancados na fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina, esperando a licença do governo argentino.

Fizemos reuniões, manifestamo-nos, procuramos o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e nada foi feito. Posteriormente, eu e os deputados Giovani Feltes e João Fischer fomos à Argentina, conversamos com representantes do Ministério da Indústria daquele país e ouvimos deles que quem deveria estar lá negociando, defendendo o nosso calçado, era o nosso Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o que não aconteceu.

Vi que o nosso secretário Mauro Knijnik, que integra o governo do Estado – secretário estadual do Desenvolvimento e Promoção do Investimento – deixou bem clara a manifestação que já estávamos fazendo há mais tempo.

Por isso, parabenizei o governo do Estado. Fico feliz que pessoas da base do governo também venham aqui se manifestar e registro a informação, deputado Raul Pont, de que essa é uma preocupação do setor coureiro-calçadista em razão da própria condição efetiva de competitividade.

Perdemos mercado na Argentina porque tínhamos pares trancados na fronteira, e calçado é um produto perecível, já que depende das estações do ano e da moda. Se os calçados ficam trancados na época do inverno é sinal de que não vamos vender os modelos no verão.

Hoje temos um descrédito do produtor brasileiro em relação ao comércio com a Argentina. Espero que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior faça a sua parte, que entre em contato com o Ministério da Indústria e com a presidente da Argentina para que possamos de fato fazer com que a reclamação do secretário Mauro Knijnik quanto ao Mercosul surta efeito, incluindo nossa reclamação referente ao embargo russo, pois já perdemos 450 milhões de dólares relativos à comercialização de produtos com a Rússia, principalmente de carnes. Percebo que esse é um grande problema.

Minha manifestação é no sentido de solicitar ao deputado Raul Pont, que tem muita experiência, muito prestígio e a quem estimo muito, que essa seja uma das pautas, ou seja, a reclamação do secretário Mauro Knijnik e a reclamação do setor coureiro-calçadista quanto ao embargo russo aos produtos brasileiros e tantos outros que surgirão se o Ministério do Desenvolvimento continuar com a política que pratica de não priorizar o Rio Grande do Sul nos seus negócios.

Esta era minha manifestação, dando continuidade à contribuição em prol do desenvolvimento do Estado, independentemente de ser situação ou oposição, já que assumimos em primeiro lugar o compromisso que nos foi dado pelas urnas, o de representar o Estado do Rio Grande do Sul, deixando de lado as diferenças políticas quando se trata do futuro do Estado, quando se trata da atração de investimentos, quando se trata de ter mais emprego e renda para o cidadão gaúcho.

Essa é a minha preocupação, e tenho certeza de que é a preocupação tanto da oposição quanto da base do governo, e que tanto o governo quanto a oposição estão falando a mesma linguagem no que se refere a esse assunto. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)