O SR. LUCAS REDECKER (PSDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Volto à tribuna para continuar nosso debate sadio sobre a ERS-010.

Há dias, tive a oportunidade de participar de um programa de debates com o nobre deputado Raul Pont, no qual S. Exa. manifestou o mesmo posicionamento defendido aqui. Vejo que o discurso do PT é o mesmo de quando era oposição: aponta o problema, mas não traz a solução.

Pensei que, como governo, o PT teria, na tribuna e no outro lado da rua, a solução para a ERS-010, mas nunca ouvi o governo dizer: Pronto, vamos tirar a ERS-010 do papel. Não. Até hoje, o governo do Estado apontou todos os problemas possíveis, mas desde o primeiro dia, lá em 2011, quando assumiu o Executivo, não apresentou nenhum projeto em alternativa ao que existe para a ERS-010.

Trazemos o debate sobre a rodovia a esta Casa porque queremos que o governo do Estado apresente-nos uma solução ao projeto que critica. Eles sabem que têm a responsabilidade de resolver esse problema. A responsabilidade é deles.

O deputado Raul Pont argumenta que a solução é fazer uma terceira pista na BR-116. Aí, pergunto: onde está o alinhamento do governo do Estado com o governo federal, com o DNIT? Até hoje, não saiu a terceira pista da BR-116. Se é tão simples resolver, por que não o fizeram? Por que, em todos estes anos que estão à frente do governo federal, comandando o DNIT, não trouxeram para cá a terceira pista da BR-116, resolvendo assim o problema?

Em outra oportunidade, debatemos no mesmo programa que referi, e o deputado Raul Pont deixou muito claro que a alternativa para a ERS-010 era esperar concluir as obras da BR-448 para, então, ver se precisa de fato fazer a ERS-010. Mas os estudos comprovam que há necessidade de uma nova rodovia ligando a Região Metropolitana à Região das Hortênsias, do Paranhana, do Litoral para desafogar o trânsito da BR-116.

O governo não quer fazer a ERS-010, ela não consta no plano plurianual. Na revisão que houve no ano passado do PPA, não foi incluída essa rodovia como determinam as leis das PPPs. São muitos os problemas e não se encontra solução.

Tenho certeza de que com autorização da minha líder Zilá Breitenbach, quero dizer para o governo, para a base do governo, que somos parceiros para tirar do papel essa obra.

Gostaríamos que o governo já tivesse feito um novo projeto, já tivesse discutido. Li no jornal Zero Horaque o governo faria, sim, um novo estudo. Já poderíamos estar com o novo estudo concluído neste momento, e quem sabe com os primeiros passos, a primeira pá de terra da obra sendo colocada nos próximos meses.

Mas essa não é a realidade. Há um debate, o governo está tratando do assunto como se fosse oposição, apenas apontando os erros e não soluções, não criando alternativas necessárias e viáveis para tirar a rodovia do papel pelos problemas que apontam.

Claro que internamente há discordâncias. Dentro do governo há mais de uma ala – uns querem a rodovia, outros não querem. Na própria bancada do PT, na base do governo aqui na Assembleia também é assim. Isso também ocorre dentro do DAER e da Secretaria de Infraestrutura e Logística.

Por isso, que, com razão, o deputado Miki Breier vem à tribuna falar das falhas do governo em relação à acusação de que a ERS-010 não saiu do papel por culpa do deputado Beto Albuquerque. Quero parabenizar o deputado Miki Breier por vir apontar um problema que nós da oposição já discutimos inúmeras vezes, deputado João Fischer, que diversas vezes esteve aqui na tribuna falando sobre o assunto.

A Associação Comercial e Industrial de Novo Hamburgo debateu com os deputados da região qual seria a solução para que a ERS-010 do papel saísse, e até hoje não vi.

Por isso, quero pedir aos nobres colegas da Assembleia Legislativa, aos amigos que tenho em todas as bancadas, inclusive as do governo, para que, juntos com o governo, juntos com o secretário de Infraestrutura e Logística – o PSB é a favor da ERS-010 –, possamos pensar o futuro do Rio Grande do Sul, que está esperando que essa rodovia traga benefícios para o desenvolvimento e o progresso do Estado. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)