O SR. LUCAS REDECKER (PSDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Retorno à tribuna para falar sobre o mesmo assunto da insegurança e contribuir com o deputado Raul Pont, que vem aqui fazer seu pronunciamento afirmando que nós fazemos a política do quanto pior melhor, criticando e dizendo que o Estado não tem dinheiro.

De fato, o Estado é mal administrado, tem um problema de gestão grave, pois o partido do deputado não consegue administrá-lo, e não há gestão pública.

O deputado fala o que falta e quais são as opções para se contribuir, para ter condição financeira de se investir mais. Então, pergunto para o deputado Raul Pont por que para 2013, na pasta da Segurança Pública, em que o orçamento era de 380 milhões e 900 mil reais só foi executado 119 milhões. Ou seja, 200 milhões de reais não foram executados. E está dizendo que são 30 milhões que faltam. Por que não houve a execução orçamentária para uma pasta que é fundamental e primordial para que esses problemas não aconteçam no Rio Grande do Sul?

Por que o governo Tarso aumentou em mais de 100 milhões em diária relacionada ao governo passado e ao governo retrasado muito mais? Por que o governo Tarso gastou mais de 200 milhões de reais nesses quatro anos com CCs e FGs que foram criados por esta Casa? E aí se fala em super salários. Ele não diz que há CCs de 24 mil reais por mês.

Não estou aqui defendendo ninguém e não tenho procuração para defender.

Agora, vir aqui acusar facilmente que estamos fazendo a conversa do quanto pior melhor, que a oposição diz que não tem dinheiro e que deveria se investir, que não pode ser assim.

Aqui está muito claro o registro dos índices de violência do Estado. É um fenômeno, presidente Gilmar Sossella, que ocorre no Rio Grande do Sul.

O PT diz que não há desemprego, o PT diz que vivemos uma economia plena. Numa sociedade em que não há desemprego, com a economia plena, evidentemente, haveria queda na falta de segurança porque haveria menos assalto, menos furtos, menos sequestro, porque as pessoas teriam condições de emprego pleno para dar sustento para a sua família. Mas não.

De 2010 para 2013, aumentou em 48% o índice de latrocínio no Estado do Rio Grande do Sul. Não é um, dois, três, são 48%. O homicídio doloso aumentou 14,2%; furto de veículos aumentou 12%; roubos, 8%; roubos de veículos, 13%; extorsão e sequestro, 54,5%; e posse de entorpecentes, 45%.

Eu quero saber onde está a Brigada Militar, que o deputado Raul Pont diz aqui que tem investimentos. Eu quero saber onde estão os carros novos que foram comprados. Se eles pelo menos superaram os carros que foram aposentados, porque não tinham mais condições de uso. Um carro da Brigada Militar é ligado de manhã e não se desliga, porque muda o turno, mas continuam brigadianos dentro do carro à mercê de bandidos.

Quando o brigadiano tem que trocar tiros, ele precisa fazer depois todo um cadastro interno para dizer por que deu tiro, como gastou a bala, para que foi. Se ele toma um tiro, não se pega nem o bandido, ele nem fica preso. Essa é a realidade que vivemos no Estado do Rio Grande do Sul.

Por isso, não é só vir aqui e criticar. Estou criticando, deputado Raul Pont, mas V. Exa. teria que ser meu parceiro para saber por que o presídio de Novo Hamburgo, há quase um ano, está com pessoas entrando e saindo, e o secretário de Segurança não faz nada. Eu tenho certeza de que essa preocupação V. Exa. também tem, porque V. Exa. é um homem responsável. Eu admiro V. Exa. Só que é inadmissível que parte do presídio de Novo Hamburgo não tenha arame farpado, há até um pano em cima para que eles pulem, saindo e entrando.

Não estou aqui fazendo demagogia. Basta pegar um carro e ir no Bairro Rondônia, a uma quadra do Batalhão da Polícia Militar. Está lá o presídio, com as pessoas entrando e saindo a hora que querem, há fotos registrando, inclusive para cometer crime. As pessoas que moram em volta do presídio ficam como se presos fossem, porque têm medo de sair à rua e medo de que o preso entre em sua casa.

Temos que discutir investimentos. Em alguns casos não há como fugir do debate. Eu gostaria de ter, pelo menos uma vez na vida, respostas do secretário relacionadas ao presídio de Novo Hamburgo, à questão da insegurança, dos furtos, dos roubos, dos latrocínios e, acima de tudo, dos sequestros relâmpagos que ocorrem nas regiões de Novo Hamburgo.

Infelizmente, não tenho mais tempo para debater este assunto, já se esgotaram todos os nossos tempos, mas na semana que vem poderemos continuar esse debate. No entanto, com relação a investimento não é isso o que o deputado Raul Pont está dizendo. Eles não executaram, não fizeram gestão, não utilizaram todo o orçamento da secretaria e vêm aqui dizer que não há dinheiro. (Não revisado pelo orador.)