O SR. LUCAS REDECKER (PSDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Saúdo os telespectadores da TV Assembleia.

Antes da realização do grande expediente, tivemos hoje a tribuna popular, utilizada pelo Sr. Arlindo Nelson Ritter, presidente da Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição, que nos deixou perplexos com os dados que foram passados nesta tribuna, referentes a um orçamento generoso em torno de 2 bilhões de reais anuais, com mais de 350 funções gratificadas e cargos comissionados do referido grupo.

Esse orçamento é maior do que muitos orçamentos de Municípios gaúchos do Rio Grande do Sul que estão passando necessidade.

Dentre diversos aspectos, o Sr. Arlindo se referiu aqui à falta de uma gestão profissional que ponha fim a dezenas de nomeações clientelistas e oportunistas. Ou seja, a saúde gaúcha está diante de nomeações de pessoas que estão lá ganhando dinheiro e sem experiência para trabalhar, segundo o presidente da Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição.

Denunciou também, o que é de extrema gravidade, as condições de higienização hospitalar, deixando muito claro desta tribuna que quem está nos corredores do Hospital Conceição esperando para ser internado, sofreu uma cirurgia, ou está em tratamento, está à mercê de contrair uma infecção hospitalar, porque não há higienização suficiente.

Isso, meus colegas deputados e telespectadores, nos deixa muito preocupados e apavorados, pois se trata de um grupo que tem 2 bilhões de reais de orçamento anual, enquanto temos 70% dos atendimentos do SUS, no Rio Grande do Sul, sendo feitos por entidades filantrópicas e beneficentes, hospitais do interior do Estado, que não têm recurso, que não recebem dinheiro do governo, que ganham pouco do SUS e não têm o mínimo de atenção por parte do governo do Estado.

E o Grupo Hospitalar Conceição, com verba federal, recebendo 2 bilhões de reais de orçamento, apresenta diversas dificuldades.

Outro absurdo que escutamos aqui: está com plena razão a deputada Maria Helena Sartori ao falar das estradas da Serra gaúcha.

Tive a oportunidade de, na semana passada, transitar pela RS-020, no trecho de Cambará do Sul a São José dos Ausentes que estava em obras, com máquinas dando continuidade ao asfalto até São José dos Ausentes. Pois bem, as obras na RS-020 estão paradas. As máquinas da Sultepa saíram da estrada. Não se tem mais máquina nenhuma lá.

Primeiro, havia problema com alguns postes na estrada. Parece-me que a AES Sul já está providenciando a retirada. Segundo, gostaria que a base do governo pedisse ao secretário Caleb de Oliveira explicação sobre o que está acontecendo na RS-020: por que aquelas obras estão paradas e por que as máquinas saíram da estrada.

Faço isso, deputado Catarina Paladini, porque tentei diversas vezes uma audiência com o secretário Caleb e não consegui.

Estamos com saudade do Beto Albuquerque, porque todas as vezes que ligávamos, deputados da situação ou da oposição, ele nos recebia, fosse para dizer sim ou não. Estou há mais de 60 dias esperando uma audiência com o secretário Caleb e até agora não obtive retorno.

Quero dizer que essa não é uma praxe do governo. Diversos secretários nos atendem com rapidez, porque sabem que os deputados estaduais andam pelo Estado inteiro e recebem demandas nos seus gabinetes de prefeitos, vereadores e lideranças. Na Assembleia Legislativa, somos uma referência para diversas regiões, porque cada um representa sua região. Gostaríamos de ser recebidos pelos secretários para debater alguns assuntos, como a situação da RS-020, que está com as obras paralisadas, e de outras estradas que estavam em pleno vapor de desenvolvimento.

Quando a obra de uma estrada é paralisada, deputada Maria Helena Sartori, seja pela construtora ou por algum problema com o DAER, a estrada não fica simplesmente semiacabada, mas fica com bueiros a céu aberto e com buracos. A máquina parou e foi embora no outro dia. Essa é a situação na RS-020, entre Cambará do Sul e São José dos Ausentes.

Gostaria também de manifestar nesta tribuna, hoje, que a bancada do PSDB, composta por seis deputados e liderada pela deputada Zilá Breitenbach, na terça-feira passada, decidiu colher assinaturas para viabilizar a constituição de uma CPI para analisar tudo o que está acontecendo aqui no Estado do Rio Grande do Sul na questão ambiental.

A nossa bancada acredita que é compromisso deste Parlamento ajudar nas investigações e fazer com que a CPI seja parceira nas investigações da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça. Como diversos outros assuntos que já discutimos, tivemos CPI, esta é mais uma das responsabilidades que este Parlamento tem com o Rio Grande do Sul. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)