SR. LUCAS REDECKER (PSDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Saúdo o público que nos assiste, as pessoas que estão aqui desde ontem manifestando sua inconformidade e aqueles que vieram de longe para defender suas causas e aquilo que acreditam, independentemente dos projetos que representam seus interesses.
Volto à tribuna, assim como o fiz por diversas vezes desde que assumi uma cadeira neste Parlamento, para discutir requerimento de preferência. Uma prática autoritária do governo Tarso e da sua base de governo.
Desde que começamos a votar os projetos propostos pelo governo do Estado – na sua ampla maioria, passando de 80% em regime de urgência – e grande parte das emendas apresentadas pela oposição, encontramos sobre a mesa requerimento de preferência, excluindo a possibilidade de cada deputado manifestar o que pensa em relação aos projetos enviados a esta Casa pelo desgoverno Tarso.
Requerimento de preferência é uma prática frequente, mas até agora não nos acostumamos e não nos acostumaremos, porque não podemos ser coniventes com a prática de um  governo que não quer discutir, que não quer escutar, que não quer receber sugestões. Foi isso o que vimos ontem, é isso o que vemos todos os dias na composição desses projetos que estamos discutindo com as categorias.
Estão presentes categorias como o Cpers e outros sindicatos para reivindicar o direito de discutir a emenda que a nossa bancada apresentou, e que apresentamos também ao projeto anterior, no sentido de que o efetivo do quadro de servidores de escola possa receber seu reajuste de 28,98% em 1º de março. Infelizmente, essa discussão ficará de lado se for aprovado este requerimento.
Ontem, houve deputados que ocuparam esta tribuna para dizer que este reajuste era um passo na busca do piso nacional. Ora, um passo para buscar o piso nacional sendo pago no último mês de governo! Se querem dar um passo para atingir o piso, é preciso começar pagando o reajuste agora. Dinheiro para pagar o piso o governo Tarso não tem, mas tem para contratar 600 CCs, que estão do outro lado da rua, trabalhando, ganhando não se sabe quanto.
Este é o primeiro assunto que me trouxe à tribuna: a vontade da bancada do PSDB e dos deputados de oposição de apresentar uma emenda, que pode ser rejeitada pelo plenário, pelos deputados do governo, mas que gostaríamos de discutir, de saber o que o governo pensa sobre ela, o que os representantes que aprovaram a contratação dos CCs do Tarso têm para dizer a esse respeito desta tribuna.
O segundo motivo que me traz à tribuna é, mais uma vez, reforçar o autoritarismo do desgoverno Tarso, um governo que amplia o número de CCs, que emprega companheiros, que ajeita a vida dos que o apoiam na campanha, dos que votam, dos que ficam à volta falando aquilo que o governador quer ouvir, acima de tudo um governo que não escuta as categorias, um governo que se diz de diálogo, que diz que escuta a oposição, mas não escuta e não aceita sequer discutir as emendas que a oposição apresenta.
Esta manifestação que faço aqui, Sr. Presidente, é justamente no sentido de mostrar a inconformidade da bancada do PSDB, dos deputados Zilá Breitenbach, Pedro Pereira, Adilson Troca, Jorge Pozzobom e deste deputado, líder da bancada, com relação ao autoritarismo deste governo. Aquilo de que sempre acusavam os outros governos, o que sempre falavam dos outros, eles provam ser em dobro, fazer muito mais, ser muito piores.
Quero parabenizar o deputado Cassiá Carpes por ter vindo à tribuna e manifestado o seu ponto de vista. Vota diversas vezes com o governo, mas nesta matéria veio à tribuna e deixou muito clara sua posição, o que muitos gostariam de ter feito e não fizeram. Essa coragem não tiveram. Parabéns, deputado Cassiá Carpes!
E a luta não acaba. Continuem lutando! Quem sabe o governo Tarso comece a escutar as categorias de oposição. Obrigado. (Não revisado pelo orador.)