O SR. LUCAS REDECKER (PSDB) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados:

Quero cumprimentá-lo pela posse, Sr. Presidente, colocando o meu trabalho à sua disposição, ao lado da bancada do PSDB. O deputado Jorge Pozzobom é o nosso líder.

Nesta retomada de trabalhos e encaminhamento do ano de 2014, venho falar sobre algumas situações que ocorreram recentemente. Não estávamos aqui para falar sobre elas no momento em que ocorreram, mas são questões muito importantes.

O deputado João Fischer, há alguns minutos, veio à tribuna tratar do temporal que atingiu minha cidade, Novo Hamburgo. Tivemos, no Município, 10 ou 15 minutos de temporal, os quais foram suficientes para parar o Vale do Sinos durante cinco ou seis dias.

Uma reportagem do Jornal NH contém diversas fotos dos prejuízos incalculáveis causados pela chuva e, acima de tudo, do grande problema que passamos a enfrentar em relação a AES Sul. Ontem à noite, por exemplo, ainda havia 9 mil clientes sem luz na cidade.

Para quem não conhece Novo Hamburgo, devo dizer que ela é uma cidade que, historicamente, registra recordes de temperatura nesta época do ano, sendo que desde sexta-feira estamos com muitas pessoas sem água, sem luz e sem condições de trabalho. E alguns e-mails que recebi – e tenho certeza que outros deputados também os receberam – relatam situações como a que foi enfrentada pelo Sr. Milton Floriano Braecher.

Conforme o Sr. Milton, a rede elétrica caiu perto de sua casa e ficou a 1 metro e meio do chão, energizada. Apesar disso, ninguém da AES Sul passou lá para arrumá-la. Os moradores ligavam para a concessionária e ficavam esperando; as ligações, passado algum tempo, eram transferidas para a Eletropaulo, e ninguém respondia. Enquanto isso, a rede energizada permanecia caída na rua.

O deputado João Fischer afirmou que solicitará uma audiência pública para tratar dessa questão. Sugiro que convidemos representações da Agergs e da AES Sul para a reunião, na qual quero apresentar esse e-mail. Ele relaciona cada minuto em que houve uma ligação para a concessionária, as chamadas que não foram atendidas e o tempo de espera enfrentado pelos clientes.

O Sr. Milton conta que, passadas 69 horas – quase três dias –, a rede continuava energizada, sem que nada tivesse sido feito. Havia o perigo, como foi dito aqui, de crianças colocarem a mão na rede de energia e morrerem eletrocutadas.

Esse grande problema atingiu o Vale do Sinos, e estamos muito frustrados, chateados, porque não recebemos o atendimento necessário. E claro que se tratou de uma catástrofe, mas havia necessidade de um atendimento imediato por parte da AES Sul.

Quero que as agências reguladores adotem uma posição no que diz respeito à AES Sul, difundindo-a posteriormente na mídia e também para nós. Quero que esta tribuna possa, quem sabe, ser a voz das pessoas que estão reivindicando soluções para o que acontece no dia a dia, por meio da nossa representação.

Outra informação trazida hoje pelo Jornal NH diz respeito a um debate antigo nesta Casa. Trata-se da novela da ponte que liga Campo Bom a Novo Hamburgo.

Na reportagem está dito que o DAER, a prefeitura e a empresa que ganhou a licitação não estão explicando a situação. No dia 9 de janeiro, o diretor-geral do DAER, Carlos Eduardo Vieira, deu ordem de início da construção dos 44 metros da ponte, uma obra que envolve um problema antigo e para a qual foi feita uma nova licitação.

Até agora não tivemos resultado algum no que diz respeito à obtenção de máquinas e dos funcionários que deverão trabalhar na execução dessa ponte, que está prometida para o final do ano. A assessoria do DAER disse que, a partir do momento em que for autorizado o início da construção, a responsabilidade é da empresa que ganhou a licitação, que é a EPT – Engenharia e Pesquisas Tecnológicas.

Olha, acho que a responsabilidade, sim, é da empresa, porque ela venceu e tem que cumprir um contrato. Agora, o DAER tem de ser o primeiro a cobrar, a estar em cima e a pedir resultados para que a empresa possa executar, dar o seu prazo a fim de que possamos ter a ponte dos Municípios efetivada.

E também, logo abaixo, há a notícia de que mais uma vez foi transferida a reunião sobre a ERS-010. O Conselhão transferiu a reunião, que era para ser no dia 6, para o dia 20 de fevereiro.

Penso que o governo tem que decidir se quer fazer a ERS-010 ou não. Se não quer, que diga: Olha, não vamos fazer a ERS-010. Não temos interesse.

Já ouvi alguns falarem que a 448 era suficiente. Achamos – e os estudos concluíram – que não é suficiente, que a ERS-010 tem que sair por parceria público-privada ou por qualquer outra maneira.

Demorou muito para o governo definir como seria a ERS-010, só que não está se colocando a situação às claras para a população, para a mídia. O Jornal NH encabeçou há muitos anos a luta pela ERS-010, que vem pautando o tema. Estamos esperando do governo a definição sobre a rodovia, só que, a cada vez, se adia, se adia, se adia. Queremos ver essa obra, evidentemente, sair do papel, mas também que o governo possa dar a sua posição: Olha, não vamos fazer, não temos interesse.

Esses três assuntos que me trouxeram à tribuna são evidentemente tão importantes como muitos que foram falados aqui.

Quero que, juntos, todos os deputados de todos os partidos – tenho certeza de que há interesse mútuo – possam especificar e detalhar a condição da energia elétrica no Estado do Rio Grande do Sul, em primeiro lugar quanto à assistência das operadoras e às cargas de energia que não chegam até o interior quando necessário.

Obrigado, presidente. (Não revisado pelo orador.)